Você não está sozinho

Nasci, cresci e interagi com o mundo ao meu redor como qualquer ser vivo que habita este planeta.
Dificuldades, facilidades, tradições, heranças e questões psico-socioeconômicas atravessam a todos em diferentes graus, ângulos e frequências — e comigo e minha família não foi diferente (afinal, ninguém nasce médico).

Entre os oito e nove anos de idade, decidi que queria ser “médica de crianças”, ainda sem compreender exatamente o que isso significava. Minha referência era Dona Tereza, que com seus dons místicos e amor incondicional acolhia e curava a todos, sem espaço para diagnósticos controversos ou tratamentos inacessíveis de efetividade duvidosa.

Minha mãe chegou a desconfiar que fosse apenas mais uma das minhas ideias infantis — como ser veterinária ou freira —, mas ainda assim me presenteou com um “Guia do Vestibulando”. Foi a partir dele que tracei o que precisaria alcançar para realizar o meu sonho. Dez anos depois, passei no vestibular.

Durante a formação, apaixonei-me por todas as especialidades. Ao concluir o curso, prestei para Ginecologia, mas alguns acasos e inúmeros encontros com pessoas que transbordavam amor pela Psiquiatria fizeram-me perceber que talvez ser uma “parteira de consciência” fosse mais o meu caminho.

E assim sigo — vivendo o presente que me foi dado e buscando ajudar, com empatia e escuta, todos aqueles que me procuram.